Saturday, December 29, 2001

Fim de ano

Esta é minha mensagem, é genial e não tenho como dizer outra coisa sobre o fim de ano

"Quem teve a idéia de contar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial, industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão pra qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação.
Tudo começa outra vez.
Com outro número e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente."

Carlos Drumond de Andrade
Paciência

Defino a paciência como o poder mutante de ver o tempo passar sem ligar pra ele. Bem as minhas glândulas que produzem a paciência não são muito desenvolvidas e hoje enfrentei o seu teste derradeiro.
Bem primeiro tive que ir a um cartório para resolver um problema da Minddrome, fiquei mais de 2hs lá... um tremendo desperdício de tempo. Depois quando eu voltava para meu trabalho, poucos minutos antes de eu descer do ônibus começou a chuva da tarde de hoje (os paulistanos sabem a que me refiro), desci praticamente dentro deum brechó, já perguntando:"Tem guarda-chuva?".
Eles não tinham guarda-chuva, apenas uma sobrinha, e logo eu pensei: "espero a chuva passar? Claro que não!", comprei aquela coisa ridícula e fui para o escritório. Cheguei é claro, graças ao divino e aos bueiros entupidos de São Paulo, todo molhado.
Relamente preciso desenvolver mais essas glândulas e aprender a esperar.

Thursday, December 27, 2001

Me paga um livro?

Hoje seria mais um dia normal, até um dia ruim para ser sincero. Fui a um almoço da minha equipe de trabalho, aliás ando muito desmotivado lá, em um lugar chamado Capim Santo. O lugar é caro, a comida é ruim e ainda tive que aguentar um papo chato e a puxação de saco e o egocentrismo de uns idiotas que trabalham comigo. Uma merda. Também recebi uma notícia ruim lá onde trabalho, vou ter mais trabalho imbecil para fazer... não que eu não goste de trabalhar, apenas não estou a fim de fazer mais coisas estúpidas.
Depois fui a reunião com meus sócios na Mindddrome, fizemos o primeiro jantar de fim de ano de nossa empresa, conseguir tirar do sério por um monento o meu sócio budista, isso relamente é uma vitória.
Depois fomos a um cemitério de livros (fica na frente do Viena do Conjunto Nacional) é assim que chamamos este lugar, pois eles vendem livros "encalahdos" muito barato. Lá quando estávamos já pagando as nossas compras (uma perdição o lugar pra quem gosta de ler) surgiu um garoto que me perguntou: "MOÇO, ME PAGA UM LIVRO?"
No começo eu não tinha entendido o que ele disse, estava pronto pra negar mais um pedido de dinheiro, mas depois de entender fiquei chocado... o pedido dele soou como o desejo de mudar a própria vida, como um manifesto contra a pobreza e ignorância em nome da educação.
Talvez não tenha sido nada disso, mas com certeza eu fiquei surpreso, esperançoso e contente.