Wednesday, January 24, 2007

RUNNING FREE – IRON MAIDEN

Putz é até meio chato falar disso. Mas mais chato é ficar pensando em falar.
Nesse fim de semana foi o mezzo enterro da mãe de um amigo meu.
Bom mezzo um enterro porque ela foi cremada.
Eu ia fazer a piada que o corpo do cadáver pegou fogo e ele saiu dançando, mas é meio trash falar isso.
Enquanto assistia a tudo (fui no velório e depois na cremação) pensei um pouco em como ser cremado é certo. Sendo cremado além de ser melhor, mais respeitado... vou ser sincero não ocupa espaço.
Tem gente que devido a nossa cultura é enterrada no Morumbi, um dos bairros mais chiques de SP, enquanto outras pessoas não tem nem lugar pra viver. Agora sem ser trágico nem nada é justo uma pessoa morta ser enterrada em um dos solos mais valorizados de SP e outra nem ter onde viver?
Não eu não acho que o espaço devia ser menor dos terrenos dos cemitérios e devia ser dado esse espaço aos outros de graça. Esse é um papo financeiro educacional que não vou ficar divagando aqui, não agora.
O problema é outro, é cultural mesmo. Sim é ruim falar nisso, mas os mortos ocupam espaço e não produzem nada, esse espaço as vezes é caro. E sinceramente poderia, e deveria, ser usada pra outra coisa.
Depois de um tempo se perde o respeito dos mortos que estão no lugar, não por maldade mas como vai se respeitar uma pessoa que você nem conheceu? Por exemplo cito o exemplo de minha avó a qual minha filha nem conheceu.
Não que eu ache errado acender velas ou mesmo rezar (quanto a tipos de religiões eu falo mais tarde), acho errado todo esse ritual de tentar conservar o corpo, tentar preservar enterrando e porque não falar? Ocupando espaço.
Devemos respeitar sim, mas enterrar não significa respeitar. É só uma tradição que insistimos em manter. Pior ao meu ver dar valor a um morto e tirar de um vivo.
Sinceramente é ruim constatar que esse ato é muito cultural, e infelizmente não deveria continuar.